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À Espreita Entrevista: Rosa Maria Nascimento

Professora e Escritora conta sobre sua vivência e esforços na educação e literatura.

Hoje, a entrevista é a autora Rosa Maria Nascimento. Confira a conversa que tivemos e deixe seus comentários no final.

Evan – Sua formação nas áreas de Letras e Planejamento educacional, além de atuar como professora do quadro efetivo do estado e municipal lhe permitiram ter uma ampla vivência no ensino. Conte-nos um pouco sobre sua trajetória na educação.

Rosa Maria – Eu iniciei a minha carreira no Magistério apenas com o segundo grau que era o curso técnico profissionalizante e sempre fui alfabetizadora de 1º ao 5º ano, na qual eu alfabetizava meus alunos através de projeto e outras atividades dinâmicas. Já no meu último ano de faculdade de Letras, tive a oportunidade de dar aula de língua portuguesa na E.E. Maria Leite. Eu trabalhava a disciplina de uma maneira diferente com projetos de peças teatrais e sempre envolvia a poesia dos poetas sulmatogrossenses, assim como as minhas poesias também; apaixonei-me definitivamente pela língua portuguesa, estudei para passar no concurso da rede estadual, e graças à Deus, passei em 2º lugar. Estou há 25 anos na E.E. Maria Leite, e sinto orgulho em ver muitos alunos formados em diversas áreas profissionais. Atualmente estou aposentada como alfabetizadora na Rede Municipal e estou na coordenação na Rede Estadual.

Evan – Há algum tipo de lição que se pode tirar desse período de quase um ano de pandemia em relação à educação, metodologias, condições sociais, etc.?

Rosa Maria – Eu sempre fui uma pessoa muito empática, mas especialmente nesse período de pandemia que eu estive a frente na escola, entregando atividades, orientando alguns alunos, entregando kit alimentação para os pais, e também vendo o desespero que alguns pais com pouca formação de estudo mostravam, pois não conseguiam orientar seus filhos aquilo que era solicitado pelos professores. Então eu me dispus a ajudar um pouco mais do que a minha função exigia, ou seja, eu orientava o pai sobre o conteúdo didático, para que ele pudesse orientar seu filho em casa, e os agradecimentos me deixavam muito feliz. Então a lição que se aprende nesse período de pandemia, é que ser professor é ter uma alma generosa, cujo está pronta para ajudar, pronta para auxiliar, pronta para resgatar uma criança que está querendo desistir dos estudos, de dar uma palavra de afago, de carinho não só às crianças, assim como para os pais que precisavam dessa atenção.

Evan – Ser professor é ter que andar uma segunda milha. Você é membro dos grupos ALEC e APEC. Pode nos contar um pouco do que se trata cada um desses grupos e qual sua participação em cada um deles?

Rosa Maria – Sou participante do grupo ALEC desde o ano de 1992, convidada pelo professor e poeta Benedito C. G. Lima, onde as reuniões aconteciam na sua casa, não tínhamos muito recurso, porém a vontade se fazer a cultura poética funcionar na cidade de Corumbá era maior. No grupo ALEC realizamos muitos concursos de poesias envolvendo muitas escolas nas nossas atividades culturais, tanto em Corumbá, quanto em Ladário. Em 1995, participei da minha primeira coletânea de poesias, onde o nome do livro foi sugerido por mim (Amantes da esperança). Este grupo foi o alicerce para criarmos a APEC, (Associação dos Poetas e Escritores de Corumbá) onde eu participava como diretora-secretária; a reunião acontecia na casa do poeta Balbino (presidente do grupo), os participantes levavam ideias e nós discutíamos as condições de pô-las em prática. Assim realizamos um grande concurso de poesias envolvendo todas as escolas públicas e privadas de Corumbá/Ladário, na qual recebemos muitas homenagens, também fazíamos ações solidárias para entidades filantrópicas, participávamos de eventos nas escolas, quando éramos chamados pela direção e pelos professores, a fim de somar na aprendizagem dos alunos, trazíamos discussões da UBE (União Brasileira dos Escritores), foi montado a coletânea “Meu coração é um livro aberto para poesia” (2010).

Evan – Isso é mesmo espetacular! É muito difícil ver uma organização de pessoas que se dedica tanto para levar cultura para as escolas. Todos vocês da APEC e ALEC estão de parabéns! Você já participou em diversas antologias, tendo seus trabalhos selecionados dentre muitos outros para fazer parte dessas coletâneas. Conte-nos um pouco sobre sua carreira literária.

Rosa Maria – Escrever é dom, a pessoa já nasce com ele, porém precisa que alguém descubra. Foi o que aconteceu comigo quando eu estudava 7º série, a professora Mariléia de língua portuguesa via nas minhas redações escritas poéticas. Daí em diante, fui aperfeiçoando e amadurecendo este dom de escrever e em 1992 conheci o professor poeta Benedito C. G. Lima, que me convidou para fazer parte do grupo ALEC, lá eu declamava minhas obras (crônicas, poesias, poemas, etc.), fui bem aceita no grupo, o que me motivou a escrever mais uma das minhas principais obras de 1992, “Roda viva”, a qual eu a criei no intervalo nas aulas da UFMS. Sinto-me primeiramente agradecida a Deus pelo dom concebido e aos poetas Benedito C. G. Lima e senhor Balbino pela oportunidade dada.

Evan – De onde vem sua inspiração para escrever suas poesias?

Rosa Maria – Minha inspiração vem da fé que sinto em Deus, do amor à natureza da qual o ser humano faz parte.

Evan – Agora como leitora… o que a Rosa Maria gosta de ler? Livros ou autores favoritos?

Rosa Maria – Gosto de Aluízio Azevedo, Machado de Assis, Castro Alves (poesias), provérbios bíblicos e afins.

Evan – Se você pudesse ter uma conversa, com qualquer personalidade literária, viva ou morta, com quem seria? Por que?

Rosa Maria – Aluízio Azevedo, justamente para parabenizá-lo pela obra O cortiço; os diversos mundos postos na obra.

Evan – No seu ponto de vista, qual o maior desafio que os escritores brasileiros enfrentam?

Rosa Maria – Com toda franqueza, é fazer o leitor ler uma obra até o final.

Evan – Verdade. Já é difícil fazer com que alguém inicie um livro, quem dirá, terminar. (Risos). Conte-nos um pouco sobre seus projetos literários para o futuro. Algum já em andamento?

Rosa Maria – Meu sonho é lançar um livro somente com minhas poesias.

Evan – Que mensagem você deixaria as pessoas que pretendem seguir a carreira de escritor?

Rosa Maria – Primeiramente, tem que nascer com dom, depois ser um leitor assíduo para inovar suas obras nos diversos segmentos; natureza, política, sociedade e os devaneios humanos; intolerância e preconceitos.

Evan – Rosa Maria, foi um grande prazer conversar contigo, te conhecer melhor e saber que ainda há pessoas que se preocupam com o próximo e procura fazer desse mundo um lugar um pouco melhor através da cultura. Lhe desejamos todo o sucesso e saúde para continuar seu trabalho com dedicação. Um grande abraço da equipe À Espreita.

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Publicado por Evan Klug

Escritor, Redator, Roteirista, Produtor de Conteúdo para Web e Analista de Qualidade. Amante da literatura, super-heróis, boa comida e o bom e velho rock n' Roll.

Um comentário em “À Espreita Entrevista: Rosa Maria Nascimento

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