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À Espreita Entrevista: Ísis Batista

Escritora e ativista da leitura infantil, Ísis Batista fala sobre sua carreira, projetos parados neste ano atípico e planos para o futuro.

A entrevista de hoje é a nossa queridíssima Ísis Batista. Ísis é Pedagoga, Especialista em Educação infantil, Professora e uma exímia incentivadora da leitura infantil.

Evan – Você é professora, pedagoga, contadora de histórias e especializada em educação infantil. Foi por causa de suas ocupações com a educação infantil que você decidiu começar a escrever? Conte-nos como foi isso.

Ísis – Cresci em família que sempre contava histórias para crianças, tive acesso aos livros principalmente gibis antes de ser alfabetizada e fazia representações dos livros com irmãos e amigos. Minha adaptação na escola melhorou muito quando a professora Sueli descobriu meu gosto pelos livros e histórias. Quando comecei a escrever textos(redações), descobri que além de ler eu gostava de escrever e foi assim até à faculdade onde escrevi meu primeiro livro “Chapeuzinho de Palha do Pantanal” sendo um trabalho obrigatório da disciplina Literatura Infantil. Porém eu já havia me envolvido com o desenho e meu desejo era ficar no grupo de ilustração, a prof  não aceitou e fez eu ficar no grupo de escritores, quando ela escolheu minha história reconheci que na verdade ela quis  mostrar o que eu poderia fazer com meus textos e agradeci aquele “castigo”. Todo o tempo durante o curso me envolvi com projetos e um deles foi na biblioteca de uma escola de séries iniciais com incentivo à leitura. Hoje posso dizer que minha vida toda foi em volta de livros e contação de histórias e a graduação e pós graduação juntamente com o trabalho na educação infantil veio ao encontro com todo este trajeto reforçando e fortalecendo esta magia da escrita e leitura.

Evan – Você tem um projeto de inventivo a leitura na escola onde trabalha. Conte pra gente como é esse projeto.

Ísis – Como disse antes, gosto muito de trabalhar com incentivo à leitura. Assim que comecei trabalhar na educação infantil em sala de aula, lia muito para os alunos, comecei pré-alfabetizando as crianças usando livros escritos com caixa alta, escrevíamos pequenas cartinhas para a família e no dia do livro colocava banca de livro com os meus que levava de casa. Lia, fazia apresentações e as crianças pegava os livros para ler através das imagens. Quando a escola conseguiu uns exemplares levava para sala usando-os para leitura diária eu lia para a turma e uma criança também era incentivada a ler para os colegas. Quando precisei sair da sala de aula, a coordenadora por saber de minha paixão por livros me ofereceu a abertura da biblioteca e isto foi um salto para quem não queria deixar a sala, além de abrir conseguimos uma boa quantidade de livros. No ano seguinte o governo federal lançou um projeto onde mandava livros para casa, no caso do CEIB trabalhos com a Sacola de Leitura e quando encerrou este projeto, implantamos um que além da sacola de leitura que é dispensada por mim, com a participação dos profs, dispenso, com a autorização dos pais e responsáveis, para que os pais tenham mais participação dentro da escola, nos dois casos é a criança que escolhe, só  interfiro caso necessário. A sacola de leitura vai em um dia e deve voltar no outro, o empréstimo com a autorização pode ficar mais dias. A sacola de leitura gera trabalho do professor em sala de aula e com este projeto já conseguimos mudar comportamento, adaptação, relação da família com a escola. O despertar da leitura também desperta a criança para a vida social.

Ísis Batista contando histórias em evento escolar do Dia da Consciência Negra

Evan – Enquanto leitora, que tipo de livros você gosta de ler? Quais são seus livros e autores favoritos? Nos indicaria algum?

Ísis – Desde pequena sempre gostei de gibis e até hoje leio então meu primeiro indicado é Mauricio de Souza, muito de Monteiro Lobato principalmente as lendas, e eu trabalho com contação de história personificada de Emília. Indico Lobato que trabalha a nossa cultura através das lendas, alimentação com a Tia Anastácia …  A maioria de autores de literatura infantil indico como histórias de fantasia e de reflexão social. Gosto de autores brasileiros como Machado de Assis, Augusto Curi, Paulo Coelho, e indico os livros de escritores independentes pois precisamos valorizar e incentivar o trabalho destes por isto indico que leiam Ísis Batista. (Risos).

Evan – Agora, como escritora… o que você escreve? Contos, poesia, romance…?

Ísis – Escrevo pensamentos, poesias, contos de literatura infantil e textos para reflexão.

Evan – Você participou da antologia “Cartinhas na Janela”. Conte-nos um pouco sobre o ela, seus textos que a compõe e como foi o caminho até chegar até esta antologia.

A autora Ísis Batista em momento de autografar livros para seus leitores.

Ísis – Estive em Uberlândia/MG e conheci duas escritoras reunimos em um café da tarde na casa da Vicentina Maria e esta conheceu meu trabalho de contadora de história e a partir deste momento  começou  incentivar-me a escrever e publicar. Quando abriu a nova  antologia infanto-juvenil, ela e a Marilin Marinque começaram a pedir   que eu participasse junto com elas, e com isto envolveram o Becalete para que conversasse comigo, acabei aceitando e escrevi dois textos “Professora Sueli “e Papai Noel. A Cartinha “Professora Sueli” é um texto para homenagear a minha primeira professora a qual é para mim um exemplo para trabalhar com crianças; já a cartinha para “Papai Noel” conta a história de uma garotinha que pede presente ,mas um presente inusitado pois tudo que ela quer é pirilampos e vagalumes.

Evan – Você participa de outros projetos literários ou artísticos ou tem algum projeto/ideia que gostaria de realizar ainda?

Ísis – Tenho a personagem Emília do Sitio do Pica Pau Amarelo, contadora de história que este ano não fiz nada com ela então um dos projetos é voltar com ela e com a boneca Lia, uma contadora de histórias para crianças pequenas. A Emília sempre trabalha em parceria com projetos sociais, evento de escolas, Semana do Bebê com a Prefeitura e a Camargo Correia e a Semana do Bem Fazer. O trabalho com estes dois últimos rendeu uma capa de revista da Intercment. Todos estes projetos parados devido este ano atípico que espero ano que vem continuar. Iniciei um trabalho com a palhaça Rosinha que também ficou parado e que precisa de melhorar a personalidade dela, a Rosinha é destinada mais para as brincadeiras e preciso criar exatamente o que ela realizará. Espero conseguir publicar um livro junto com pessoas do Mato Grosso do Sul e em editora deste estado já que a Editora Becalete é do estado de São Paulo. Outro projeto que preciso desenvolver é os meus desenhos para que no futuro eu possa ilustrar meu livro.

Evan – Impressionante. É disso que o Brasil precisa… verdadeiros incentivadores. Agora vamos falar um pouco sobre o seu livro A FAMÍLIA CHAPEUZINHO -Um Conto de Chapeuzinho Vermelho.

Ísis – O livro “A família Chapeuzinho – Um Conto de Chapeuzinho Vermelho” é a história da bisneta da Chapeuzinho Vermelho(clássico) que se casou com o bisneto do caçador e era um excelente era cozinheiro. O casal teve dois filhos, Chapeuzinho   Azul e Chapeuzinho Rosa. Este livro tem como obtivo brincar com o imaginário infantil e fazer a reflexão sobre o que é de menino e menina pois estamos no século 21 e ainda temos o debate sobre cores, brinquedos e relacionado ao gênero feminino e masculino. (Este livro me levou a fazer dois lançamentos, primeiro em Bodoquena e o segundo em um Café Cultural em Corumbá Organizada pelo poeta Benedito Carlos G. de Lima.

Evan – Qual o seu maior sonho como escritora?

Ísis – Deixar o legado, sempre sonhei em ter algo eterno, escrever e publicar eterniza o escritor.

Evan – Escritores sempre estão procurando escrever algo novo. O que podemos esperar da Isis Batista em um futuro próximo. Há algo que possa nos adiantar?

Ísis – Esse ano de 2020, a convite da poeta Cidinha Lima, estou participando com texto natalino em uma Antologia organizada poeta Diane Balis (Gisele Lemos).

Evan – Que mensagem você deixaria as pessoas que pretendem seguir a carreira de escritor?

Ísis – Brinque com a criatividade, não é fácil publicar livros principalmente o infantil devido ao preço pago para editoras e o retorno é pouco em questão financeira. Mas não desistam, escrevam e guarde tudo, quando puder publicar realize seu sonho. Vale a pena eternizar sua criação e ver alguém lendo o que criaste.

Evan – Essa foi a conversa super legal que tivemos com a autora Ísis Batista. Foi um prazer poder lhe conhecer um pouco mais e desejamos todo o sucesso em tudo o que fizer. Pessoas como a Ísis é que fazem o Brasil dar certo em vários pontos do país. Um grande abraço da equipe À Espreita. 

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Publicado por Evan Klug

Escritor, Redator, Roteirista, Produtor de Conteúdo para Web e Analista de Qualidade. Amante da literatura, super-heróis, boa comida e o bom e velho rock n' Roll.

2 comentários em “À Espreita Entrevista: Ísis Batista

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